28 de abr. de 2012

Produto Perecível Laico

Como parte das comemorações do Dia Internacional da Dança, instituído no dia 29 de abril tanto em homenagem ao professor de ballet francês do séc. XVIII Jean-Georges Noverre quanto à bailarina brasileira Marika Gidali, fundadora do Ballet Stagium, (São Paulo, 1971), o Teatro Municipal de Araraquara recebe o espetáculo de dança contemporânea "Produto Perecível Laico", neste sábado, 28 de abril, às 20:30h, apresentado pela Cia. Borelli de Dança. Os convites são gratuitos e podem ser retirados a partir das 13:00h na bilheteria do teatro.

"Produto Perecível Laico" encena a poesia do catarinense Cruz e Souza, mestre e precursor da escola Simbolista brasileira do final do séc. XIX, também chamado de Dante negro. Entre outros temas, sua poesia trata especialmente da finitude, da angústia da perda e da solidão. Marcada desesperadamente pela musicalidade, pelo individualismo, pela sensualidade, a poesia de Cruz e Souza, obcecado pela cor branca, só teve o devido reconhecimento da crítica e do público muitos anos após a morte do poeta.

O espetáculo não propõe-se a apresentar personagens, apenas sentimentos, signos e a dor, expressos pelos bailarinos. O ambiente cênico sugere a sensação de um grito sufocado, doloroso e amargurado, como a poesia de Cruz e Sousa.

O espetáculo tem direção, concepção e cenografia de Sandro Borelli e apresenta os intérpretes Alex Merino, Danilo Firmo, Mauricio Brugnolo, Maira Barbosa e Mariana Gomes. A Cia. Borelli de Dança, independente, desenvolve pesquisas e criações desde 1997, tendo 19 peças coreográficas em seu repertório. O desejo de questionar a existência humana, suas contradições e incertezas, nutre o trabalho da companhia, que busca elementos entre a violência, o prazer, a leveza e a dor em suas composições.

A Cia. Borelli de Dança foi laureada nos seguintes festivais:

  • Festival Internacional de Dança Contemporânea "Mesa Verde" em Porto Alegre (2009)
  • Festival Internacional de Teatro em Belém do Pará (2008)
  • Festival Internacional de Londrina (2004)
  • Porto Alegre em Cena (2001)
  • Festival de Teatro de Curitiba (1999)


Produto Perecível Laico - Cia. Borelli de Dança
28/04/2012 às 20:30h
Teatro Municipal de Araraquara
Av. Bento de Abreu s/nº - Fonte Luminosa
Entrada gratuita
Ingressos na bilheteria do teatro a partir das 13h



João da Cruz e Sousa

"Entre todos, distingue-se este filho de escravos, João da Cruz e Sousa, o Dante negro, nascido em 24 de novembro do ano de 1861, em Florianópolis, morrendo vítima de tuberculose, na mesma cidade, em 23 de março de 1898. Escreveu uma das obras poéticas mais altas e preciosas da literatura brasileira, apesar dos infortúnios (parteira do gênio), a morte de dois filhos e o enlouquecimento de sua mulher, Gavita. Conseguiu ultrapassar, pela obstinação, estudo e talento, a diferença de cor que lhe pesava e todos os obstáculos, sem dever nada a um Mallarmé ou Baudelaire, provando que o vento sopra onde quer."
Carlos Nejar, História da Literatura Brasileira,
publicado pela Editora Leya, em parceria com a 
Fundação Biblioteca Nacional, em 2011

Vida Obscura
Cruz e Sousa

Ninguém sentiu o teu espasmo obscuro,
Ó ser humilde entre os humildes seres.
E embriagado, tonto de prazeres,
O mundo para ti foi negro e duro.

Atravessaste num silêncio escuro
A vida presa a trágicos deveres
E chegaste ao saber de altos saberes
Tornando-te mais simples e mais puro.

Ninguém te viu o sentimento inquieto,
Magoado, oculto e aterrador, secreto,
Que o coração te apunhalou no mundo.

Mas eu que sempre te segui os passos
Sei que a cruz infernal prendeu-te os braços
E o teu suspiro como foi profundo!


Na luz!
Cruz e Sousa

De soluço em soluço a alma gravita,
De soluço em soluço a alma estremece,
Anseia, sonha, se recorda, esquece
E no centro da Luz dorme contrita.

Dorme na paz sacramental, bendita,
Onde tudo mais puro resplandece,
Onde a Imortalidade refloresce
Em tudo, e tudo em cânticos palpita.

Sereia celestial entre as sereias,
Ela só quer despedaçar cadeias,
De soluço em soluço, a alma nervosa.

Ela só quer despedaçar algemas
E respirar nas Amplidões supremas,
Respirar, respirar em luz radiosa.

Obras de Cruz e Sousa:

Publicadas em vida

  • Tropos e Fantasias (1885, prosa poética)
  • Broquéis (1893, poesia)
  • Missal (1893, prosa poética)

Publicadas postumamente

  • Evocações (1898, prosa poética)
  • Faróis (1900, poesia)
  • Últimos sonetos (1905, poesia)
  • Outras evocações (1961, prosa poética)
  • O livro derradeiro (1961, poesia)
  • Dispersos (1961, prosa poética)


Saiba um pouco mais sobre Cruz e Souza clicando aqui.
Leia mais algumas obras de Cruz e Sousa clicando aqui.

26 de abr. de 2012

Semana de Arte Moderna: antes, durante & depois

Catálogo da Exposição
A Oficina Cultural Lélia Abramo, espaço da Secretaria da Cultura do Governo do Estado de São Paulo, vai realizar, ao longo de nove sextas-feiras, a partir de 27 de abril até 22 de junho, o Ciclo de Estudos 90 anos da Semana de Arte Moderna: antes, durante e depois, coordenado pelo Prof. Dr. Paulo César Andrade da Silva. As atividades serão ministradas no período noturno, das 19h às 22h.

Pra quem ainda não conhece a Oficina Cultural Lélia Abramo, acesse o site.

Alguns modernistas
O Ciclo de Estudos vai oferecer uma visão panorâmica das principais obras do Modernismo brasileiro, por meio de várias manifestações artísticas (Literatura, Música, Pintura, Escultura). Serão também abordados o ambiente artístico europeu do início do séc. XX, a política e o meio literário brasileiro entre 1900 e 1930 e as ideias artísticas em voga no limiar da "revolução modernista".

Em 2012 foram celebrados os noventa anos da Semana de Arte Moderna de 1922. Esperamos que isso nos inspire bastante para vivermos e principalmente escrevermos sobre o presente, deixando de cultivar a nostalgia insalubre que atravanca a expressão literária brasileira desde a segunda metade do século passado. Afinal, foi mais ou menos essa a proposta da "revolução modernista" a seu tempo, não é mesmo? Às vezes parece até que a "revolução modernista" se restringe àquela semana, e que depois ela acabou, se esgotou, dissipou. Se realmente admiramos, respeitamos e reverenciamos a Obra da "revolução modernista", não devemos transformá-la num dos principais inimigos que ela própria combateu: a mesmice conformada e passiva. Ainda bem que esse Ciclo de Estudos não vai ser nada disso.

O professor Paulo César Andrade da Silva é doutor em Estudos Literários pela Unesp/Araraquara.

Mário de Andrade em posição de lótus
A tempo: o Ciclo de Estudos terá duração de 24 horas (distribuídas ao longo dos encontros semanais, é claro!), será emitido um certificado de participação e o mais interessante: é um evento total e absolutamente gratuito. E tem mais: estão sendo oferecidas apenas 25 vagas, então corra e garanta logo a sua! 

Tenho a impressão que é possível inscrever-se por e-mail (leliaabramo@oficinasculturais.org.br), mas não é certeza.




90 anos da Semana de Arte Moderna: antes, durante e depois
Coordenação: Prof. Dr. Paulo César Andrade da Silva
de 27 de abril a 22 de junho - todas as sextas-feiras - das 19h às 22h
inscrições abertas até 27 de abril
25 vagas


R. Andrelino Alves Pinto 170
(16) 3324-3946 / (16) 3324-8783
leliaabramo@oficinasculturais.org.br



Pagu, Elsie Lessa, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti
& Eugênia Álvaro Moreyra em primeiro plano

17 de abr. de 2012

Saudade é o que fica...

A seguir, o texto de nossa colega Darci Barelli, escrito a partir da proposta de exercício de composição sobre o tema "saudades do cachorro e do gato".

Reparem que esta crônica foi esboçada utilizando o princípio sugerido por Deonísio Silva de se reduzir cada acontecimento a uma sentença; além disso, o princípio de se rascunhar utilizando sempre o tempo presente do indicativo, rapidamente reconhecível, manteve-se também no resultado final.


Saudade é o que fica...

Logo quando o cão chega à casa do seu novo dono, parece apreensivo, mas fica feliz quando vê uma criança.
Seu semblante é meigo e seu olhar triste e perscrutador.
Apresenta o cocuruto entumescido e logo necessita de punção. Se sofre, não aparenta; ferido, não se queixa; não chora.
Cresce em tamanho e esperteza, sensível e com afeto e carinho que demonstra todo dia.
Corre feliz ao encontro do seu dono, se remexe e se entorta todinho e lhe faz festinha.
Brinca durante anos com aquela que logo ao vê-lo o adota por filho e com ele divide o seu espaço.
Fica muito entristecido quando morre sua companheira e “mãe adotiva” e quando fareja que os seus vão viajar, descai-lhe o semblante.
Encontra-se sozinho naquele espaço e fica horas deitado num canto e fita o vazio.
Uma noite ele sai pelo vão do portão e ganha a rua. Ninguém vê – só percebem sua ausência horas depois.
Após dois dias ausente é encontrado num bairro bem distante de sua moradia.
Para alegrá-lo, seu dono adota uma bela e brincalhona cachorrinha que logo se tornam amigos e brincam no mesmo chão gramado, durante alguns meses.
Mas um dia… que ironia! Quando se encontram sozinhos, no mesmo chão que correm e brincam, comem “delicioso petisco” que um vizinho lhes atira por sobre o muro.
Horas depois, seus corpos retesados e ofegantes caem no chão com repetidas convulsões.
Ela, a primeira a cair, sucumbe de imediato; ele ainda é medicado e levado ao hospital.
Luta a noite toda como valente guerreiro, mas não resiste, pois não há antídoto capaz de reverter mal atroz: é letal a dose do veneno colocado no petisco e ofertado pela mão monstruosa de um covarde vizinho.
É ele enterrado no mesmo local e junto da sua derradeira companheira. Seu dono chora copiosamente.
E naquele espaço gramado, agora imenso e vazio, no seu cantinho se encontra aquele a versejar e a compor sobre suas belas vidas e seu triste e cruel fim.
Saudade é o que fica e agora em sonhos aparecem: ela, que brinca com a bolinha; ele, de semblante tristonho mas que se entorta todinho em seu olhar perscrutador, parece querer descobrir, penetrar o mistério profundo da dor.



Leia também o texto de Néia Souza  Saudades do cachorro e do gato –, composto a partir da mesma proposta.

14 de abr. de 2012

Sarau na praça - abril de 2012


Alunos da Produção Literária assistindo ao sarau

Numa semana de intensa atividade, um dia após o encontro com o escritor Cristovão Tezza promovido pelo SESC Araraquara, a Produção Literária compareceu ao segundo Sarau na Praça do ano, que desta vez, por conta das chuvas, não aconteceu no pátio da Biblioteca Pública Municipal Mário de Andrade, mas sim no saguão inferior. O evento foi anunciado na Agenda Cultural da Prefeitura Municipal de Araraquara.

Lúcia Reino
Na ocasião, além de visitarmos a exposição "Poesia", em cartaz na biblioteca, tivemos a presença de Lúcia Reino a distribuir as finas flores da música popular brasileira, num espetáculo sincero e amigo, acompanhada por Cléber Fogaça, músico e arranjador. Também houve o lançamento do livro Simplesmente Amor, de Ed Maranhão (Edmilson Silva Rego). Em produção independente, o Autor apresentou versos, contos e crônicas, cujos excertos foram declamados ao público. A obra será divulgada nas bienais do livro de Belo Horizonte e de São Paulo.

Vários poemas foram declamados pelos participantes do evento - inclusive uma longa homenagem em verso aos mais famosos poetas brasileiros do século passado, composta essencialmente por trechos de seus mais famosos poemas. Lemos um poema, no estilo sequência de palavras, composto naquela mesma manhã, e mais dois de nosso colega Nicolas Silva, também presente à ocasião. Dois deles transcrevo a seguir:



Desencanto canto nesse desencanto desse  encanto tanto quanto vez em quando tez  entanto vês enquanto entretanto desde canto nesse desencanto desse encanto tanto quanto vez em quando tez em tanto vês enquanto entre tanto desde canto nesse desencanto dês se encanto tanto quanto vez em quando tez entanto vês enquanto entretanto desde desencanto
 desencanto.

Quando desde desencontro reencontro neste antro vai-se desencanto deste canto e vem o encanto.

Assis Furtado




Assis Furtado
É, tenho que estar aqui.
Um jovem poeta vos fala.
O que tenho a dizer,
Se não nada
Que já sempre é dito,Mas continua sendo falado,
Escrito e cantado,
Pintado e roubado?

Um poema que busca rimas

Esquece o dilema
De dizer conciso
O que há de espesso;
E rumo versos,
Narro histórias
Vivo trama e drama,
Mas ainda, sim,
Aqui estou porque
Você me chama:
Me pede ar e vida
- uma história de outrora
 - um poeta seu
Que diga o que quer dizer
E que expresse âmago,
Essência, origem.
E aqui estou,
À sua frente,
Recitando e versando poesia
Livre nessa angústia
De quem pode tudo
Rimar quando lhe calhar,
Do começo ao avesso,
De quem precisa e avisa,
E ainda, sim, continua
A verbar versos versáteis,
Para apenas preencher
E encher o tempo
De quem vem admirar
Um poeta que escreve,
E escreve, e escreve,
E não diz nada.


Nicolas Silva





O evento foi fotografado por Pâmela Lino.


Visite o blog de Nicolas Silva.



Saguão inferior da Biblioteca


"Poesia", de Maria Ignez de Freitas Camargo


Está aberta para o público desde a segunda-feira, 02 de abril, a exposição "Poesia", de Maria Ignez de Freitas Camargo, no saguão inferior da Biblioteca Pública Municipal Mário de Andrade.

Companheiro (Canela - RS, 2011)
A Autora foi aluna da turma pioneira (2011) do Curso de Produção Literária e hoje exibe em primeira mão sua obra, composta ao longo dos últimos quinze anos, marcada tanto por um questionamento - um  inconformismo - em relação ao sofrimento do mundo quanto por um grande sentimento de esperança e de fé. Na leitura de seus versos, por um lado encontramos ecos drummondianos, na singeleza da forma, e uma forte sensação que nos remete à Tabacaria, de Álvaro de Campos. Os poemas são ilustrados com fotografias de Pâmela Lino, que também assina o texto de apresentação da mostra.


Ocaso (Salvador - BA, 2010)
A Biblioteca Pública Municipal Mário de Andrade está situada à Rua Carlos Gomes nr. 1729 (ou esquina da Rua Seis com a Avenida Espanha), no Centro de Araraquara, e recebe o público de segunda a sexta-feira das 08h às 22h e aos sábados das 09h às 12h. Nos arredores da Biblioteca, o visitante também pode desfrutar de um belo passeio pelo famoso Bulevar dos Oitis (Rua Voluntários da Pátria, ou simplesmente Rua Cinco), cartão postal da cidade, e, descendo dois quarteirões abaixo pela própria rua da Biblioteca (Rua Carlos Gomes, ou Rua Seis), pela Praça Pedro de Toledo, onde, além de caminhar pela praça, é possível visitar tanto o Museu Histórico "Voluntários da Pátria" quanto o Espaço Cultural Paulo Mascia.


Veja o making of da exposição, leia as matérias publicadas no jornal "O Imparcial" (05/04/2012, página 18), no portal G1, na @genciara e no portal do município sulmatogrossense de Três Lagoas. A exposição foi anunciada na Agenda Cultural da Prefeitura Municipal de Araraquara. 

Antes tarde do que nunca, lembramos que Caminhar, um dos poemas em exposição, já tinha sido publicado no antigo blog da Produção Literária anteriormente.

12 de abr. de 2012

Encontro com o escritor: Cristovão Tezza

Cristovão Tezza e os alunos da Produção Literária
A Produção Literária esteve nesta quinta-feira, 12 de abril, no "Encontro com o escritor", evento promovido pelo SESC Araraquara, quando Cristovão Tezza palestrou sobre como suas experiências pessoais influenciaram sua obra, a Literatura na história recente e contemporânea do Brasil, a revolução da internet e a adaptação de seu livro "O filho eterno" para o teatro e o cinema.

O escritor contou como lia na infância - espontaneamente, sem que professor algum lhe cobrasse - Júlio Verne, Arthur Conan Doyle e Monteiro Lobato. Três autores cujos personagens resolvem suas peripécias através da razão: três autores racionalizantes. Também falou sobre a televisão como instrumento civilizatório do Brasil: ela que chegou em muitos lugares antes mesmo das letras e que contribuiu, e continua contribuindo, para a padronização da fala do português brasileiro. Além disso, Cristovão Tezza discorreu sobre Verossimilhança, citando como exemplo o compromisso que os biógrafos têm com a verdade factual - i. e. que pode ser comprovada pelos fatos - para que suas obras, além de cumprirem aquilo que se propõem, sejam reconhecidas como obras de qualidade. Ao contrário, o escritor de ficção não necessita de tal compromisso com a verdade factual: ele tem o poder (e para muitos às vezes até mesmo o dever) de exercer sua liberdade criativa. Liberdade é uma palavra que a gente gosta.

Foto: Pâmela Lino
Foi falado também sobre criação de Cenas e estruturação do texto e sobre a delicada questão da variedade linguística. Nesse último quesito, Cristovão Tezza sugeriu que o brasileiro entende melhor de astronomia do que da própria língua: ele sabe que é a Terra que gira ao redor do Sol e não o contrário. Porém, todos pensam que entendem alguma coisa sobre a Língua Portuguesa, mas na hora de explicar - aí fica difícil! A razão disso: a astronomia, quanto ciência, teria sido melhor assimilada pelo senso comum, ao contrário da linguística, que sequer foi absorvida nesse sentido.

Cristovão Tezza respondeu perguntas da plateia, dedicou livros, distribuiu autógrafos e posou gentilmente para fotografias. Um encontro formidável com o escritor - oferecido pelo SESC Araraquara.


Visite o site de Cristovão Tezza.

7 de abr. de 2012

Prêmio Literário da 12ª Feira do Livro de Ribeirão Preto

Prêmio Literário "Paulo Freire", da 12ª Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto


Prazo de inscrição: prorrogado até dia 13 de abril de 2012


Realização:
  • Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto:
    • Secretaria Municipal de Educação
    • Secretaria Municipal de Cultura
    • Fundação Instituto do Livro
    • Comitê PROLER de Ribeirão Preto
  • Fundação Feira do Livro
  • Academia Ribeirãopretana de Letras
Apoio:
  • Academia de Letras e Artes de Ribeirão Preto (ALARP)
  • União Brasileira de Escritores (UBE - Diretório de Ribeirão Preto)
  • União dos Escritores Independentes
  • Casa do Poeta e do Escritor
  • União Brasileira dos Trovadores
  • Ordem dos Velhos Jornalistas
  • Proyecto Cultural SUR/Brasil
Homenageados:
  • Patrono: Dr. Brasil Salomão
  • País: Inglaterra
  • Estado: Espírito Santo
  • Autor: Graciliano Ramos
  • Autora Infantil: Thalita Rebouças
  • Autor da terra: Alexandre Azevedo
  • Educador: Paulo Freire
Cidade: Ribeirão Preto - SP
Categorias: 
  • Estudantil Municipal (Escolas Públicas e/ou Privadas) → esta categoria não será comentada!
  • Adulto (âmbito nacional)
Pré-requisitos: 
  • Do autor: ter ao menos 18 anos de idade e morar no Brasil
  • Dos trabalhos: serem inéditos
  • Cada participante poderá inscrever apenas um trabalho por modalidade
Modalidades: Crônica, Conto, Poema & Ensaio
Temas: 
  • Crônica, Conto & Poema: Angústia
  • Ensaio: "Paulo Freire e a leitura do mundo"
Formatação: laudas de 30 linhas, papel A4, fonte Arial 12, espaçamento 1½; em cada lauda deve constar apenas o título do trabalho, o pseudônimo do autor e o trabalho propriamente dito
  • Crônica: máx. 2 laudas
  • Conto: máx. 3 laudas
  • Poema: mín. 3, máx. 50 versos
  • Ensaio: máx. 6 laudas
Remessa:
  • arquivo gravado em CD + 4 vias impressas do trabalho
  • envelope menor:
    → dentro do envelope menor:
    a) Ficha de Inscrição, informando:
     - título do trabalho
     - nome completo do autor
     - endereço completo do autor
     - telefone(s) do autor
    b) Cópia do RG do autor
    c) Cópia de um comprovante de endereço (conta de água, luz ou telefone) do autor
    → fora do envelope menor:
    a) pseudônimo do autor
    b) título do trabalho
    → lembre-se de lacrar o envelope!
  • envelope maior:
    → dentro do envelope maior:
    a) o CD com o arquivo gravado
    b) as quatro vias da obra
    c) o envelope menor
    → fora do envelope maior:
    a) Categoria (Adulto)
    b) Modalidade (Crônica, Conto, Poema ou Ensaio)
Endereçamento:
Fundação Instituto do Livro de Ribeirão Preto
Prêmio Literário da Feira do Livro
Casa da Cultura
Praça Alto do São Bento s/nº
CEP 14.085-450 Jd. Mosteiro
Ribeirão Preto - SP

Resultado: dia 16 de maio de 2012 nos sites
www.ribeiraopreto.sp.gov.br
www.feiradolivroribeirao.com.br

Premiação: dia 03 de junho de 2012 (último domingo da 12ª Feira do Livro de Ribeirão Preto)

Prêmios:
  • Crônica, Conto & Poema:
    1º lugar: um i-pad2 16GB + um kit contendo três livros e um dicionário
    2º lugar: uma câmera digital + um kit contendo três livros e um dicionário
    3º lugar: um MP3 + um kit contendo três livros e um dicionário
  • Ensaio:
    1º lugar: um cruzeiro Santos-Rio de Janeiro com acompanhante
    2º lugar:  um i-pad2 16GB + um kit contendo três livros e um dicionário
    3º lugar: 
    uma câmera digital + um kit contendo três livros e um dicionário
  • Será editado um livro com os três trabalhos premiados de cada categoria

Comentários da Produção Literária:

→ Para o tanto de órgãos envolvidos na realização e no apoio, a expectativa para este prêmio deve ser realmente muito grande: isso confere-lhe uma dose grande de seriedade. Seguindo essa consideração, pensamos que os prêmios poderiam ser um pouquinho mais incentivadores para os escritores. Por exemplo, ao invés de oferecerem parafernálias eletrônicas que já estarão obsoletas no exato momento em que os premiados as receberem, a Fundação Feira do Livro de Ribeirão Preto (que, segundo o regulamento, cederá "gentilmente" os prêmios) poderia ter a gentileza de premiar os autores em dinheiro (o que realmente seria incentivador).

→ Muita atenção aos homenageados da Feira! Autor: Graciliano Ramos.Tema: "Angústia". Quem leu o livro Angústia, de Graciliano Ramos, e entende um pouco de matemática (que na minha época era aritmética) vai extrair facilmente ideias deste quesito. Geralmente as comissões julgadoras "pescam" textos que fazem referência às homenagens do evento. Sendo assim, não espere escrever nada sobre o Exército Republicano Irlandês ou sobre a demarcação de fronteiras entre Minas Gerais e Espírito Santo e ganhar o primeiro prêmio. Por outro lado, se você escolher escrever sobre processo de  alfabetização em Guiné Bissau...

→ Voltando a falar dos prêmios: porque o 1º melhor ENSAIO merece um cruzeiro marítimo (nem que seja desde o porto de Santos até a Pça. Mauá) e os primeiros melhores poemas, contos e crônicas recebem um simples i-pad2 16GB? Essa diferenciação é pra mostrar que ensaístas são melhores que poetas, contistas e cronistas? Que seus textos são mais sérios que os outros? Repetimos: seria melhor que os prêmios fossem troféus, medalhas, diplomas e/ou certificados. Melhor ainda se fossem em dinheiro. Isso sim é um incentivo à criação literária e a afirmação da liberdade individual do premiado de poder gastar seu prêmio em seja lá o que for que ele deseje (ou, como bem sabemos, necessite). Essa sim é a recompensa de um Prêmio Literário que se preze.

Parecer: 
  • Vale a pena concorrer mesmo sabendo que o i-pad2 16GB estará obsoleto no dia da premiação - afinal, um i-pad2 16GB, ainda que obsoleto, é melhor do que nenhum. 
  • Agora falando sério, vale a pena concorrer pelo dicionário: não há melhor ferramenta de trabalho para um escritor do que um bom e velho pai dos burros (o que Paulo Freire diria sobre isso?).
  • Uma última dica, mas nem por isso importantíssima: não deixe para enviar o texto no último dia!

4 de abr. de 2012

Os sentimentos humanos

A seguir, uma seleta de poemas de nosso colega Orlando Aires da Nóbrega a respeito dos Sentimentos Humanos:

INVEJA
Por inveja diz a Bíblia
Que Caim matou Abel
Por inveja o satanás
Foi expulso lá do céu
Esse mundo que era doce
Por inveja transformou-se
Numa torre de Babel

SAUDADE
Esta palavra saudade
É tudo que me restou
De um passado bem presente
Que nem o tempo apagou
É coisa que não se explica
Saudade é aquilo que fica
Daquilo que não ficou

PAIXÃO
Este é um sentimento
Que avassala o coração
Agimos nesciamente  
Com emoção sem razão
Qualquer cérebro fica oco 
Em todo lugar tem louco
Mergulhado na paixão

TRISTEZA
"Tristezas não pagam dívidas"
Diz o dito popular
É uma pura verdade
Nunca vi ninguém saldar 
Uma dívida com tristeza
Eu tenho toda certeza
Só ajuda a piorar

ALEGRIA
É uma felicidade
Que onde está contagia
O escuro fica claro
Qualquer noite vira dia 
Para ninguém é surpresa 
A ausência da tristeza
Dar-se o nome alegria

ÓDIO
No jardim do coração  
Essa é a pior semente
Que germina em terra sã
Deixando o solo doente
Que aflora e faz ferida
Tirando as chances de vida
Do coração de quem sente

Quem tem agradeça a Deus
Por esta sorte tamanha
Ela está sempre presente
No coração de quem ganha
Quem tem e a Deus recorre
A esperança não morre
E a fé remove montanhas

AMOR
Se ele estiver presente
Não há lugar pro rancor
Na árvore genealógica
O espinho vira flor
Guerra se transforma em paz
Tudo de ruim se desfaz
Na presença do amor



Leia também "Um sonho triste", de Orlando Aires da Nóbrega.

2 de abr. de 2012

Making Of: "Poesia", de Maria Ignez de Freitas Camargo

A seguir o making of da exposição "Poesia", de Maria Ignez de Freitas Camargo, ilustrada com fotografias de Pâmela Lino.

A mostra fica em cartaz na Biblioteca Municipal Mário de Andrade até o dia 30 de abril.





Últimos retoques

Exposição

Célia Longobardo, diretora da Biblioteca, verifica se está tudo OK.